Nesta
postagem, discutiremos sobre a alimentação dos brasileiros com base
em uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) entre maio de 2008 e maio de 2009, por meio da
qual foram descritas as características da alimentação brasileira
com base em análises da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF).
A
POF 2008-2009 estudou com detalhes a alimentação de uma amostra de
mais de 30 mil brasileiros com dez ou mais anos de idade e
representativa de todas as regiões do País, de suas áreas urbanas
e rurais e dos vários estratos socioeconômicos da população. Para
o estudo, foram registrados cuidadosamente todos os alimentos que
esses brasileiros consumiram durante dois dias da semana, em casa ou
fora de casa.
Embora
pesquisas anteriores do IBGE indicassem forte tendência de elevação
do consumo de alimentos ultraprocessados, a POF 2008-2009 mostrou que
alimentos in natura ou minimamente processados e preparações
culinárias feitas com esses alimentos ainda correspondem a quase
dois terços da alimentação dos brasileiros.
Arroz
e feijão equivalem a quase um quarto da alimentação. Em seguida,
aparecem carnes de gado ou de porco (carnes vermelhas), carne de
frango, leite, raízes e tubérculos (em especial, mandioca e
batata), frutas, peixes, legumes e verduras e ovos.
Dentre
os alimentos processados ou ultraprocessados, os considerados mais
calóricos são pães e sanduíches, bolos industriais, biscoitos
doces e guloseimas em geral, refrigerantes, “salgadinhos de
pacote”, bebidas lácteas, salsichas e outros embutidos e queijos.
Análises
da pesquisa citada mostram que os alimentos in natura ou minimamente
processados e suas preparações culinárias apresentam composição
nutricional muito superior à do conjunto de alimentos processados ou
ultraprocessados. A vantagem dos alimentos in natura ou minimamente
processados é ainda mais evidente com relação a nutrientes cujo
teor na alimentação brasileira, segundo critérios da Organização
Mundial da Saúde, é considerado insuficiente, como no caso de
fibras e alguns minerais e vitaminas, ou excessivo, como no caso do
açúcar ou de gorduras não saudáveis (gorduras saturadas e
gorduras trans).
A
POF 2008-2009 mostrou também que um quinto da população brasileira
(ou cerca de 40 milhões de pessoas, considerando todas as idades)
ainda baseia sua alimentação largamente em alimentos in natura ou
minimamente processados. Tais alimentos e suas preparações
culinárias chegam a um valor de 85% ou mais do total das calorias
que consomem no dia. Analisando a mesma pesquisa percebe-se que a
alimentação desses brasileiros se aproxima das recomendações
internacionais da Organização Mundial da Saúde para o consumo de
proteína, de gorduras (vários tipos), de açúcar e de fibras e
que o seu teor em vitaminas e minerais é, na maioria dos casos,
bastante superior ao teor médio observado no Brasil.
Apoiado nesses resultados, percebemos que com apenas algumas poucas mudanças no consumo desses brasileiros que
baseiam sua alimentação em alimentos in natura ou minimamente
processados, como o aumento na ingestão de legumes e verduras e a
redução no consumo de carnes vermelhas, poderíamos tornar o perfil
nutricional de sua alimentação praticamente ideal.
Referência
BRASIL.
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. Guia
Alimentar para a População Brasileira.
2
ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em:
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira.pdf
Acesso em: 09/11/2014.
Fonte da Imagem: http://papodoce.com/wp-content/uploads/2013/10/foto-3.png
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