Nesse
post iremos discutir um pouco sobre os alimentos-droga e seu
crescente consumo entre todas as classes sociais.
Segundo
Rezende (2004), alguns alimentos tiveram participação importante na
construção da modernidade, são os chamados alimentos-droga. Certos
tipos como o açúcar e o chocolate, como exemplo, possuem
significado cultural e econômico, tendo se integrado em um sistema
de comércio intercontinental que gerou grande parte do capital
líquido da era pré-industrial. Outros alimentos como o café, chás
e o álcool também são considerados tipos desses alimentos.
Segundo
Carneiro (2005), um outro significado cultural fundamental do
alimento é a capacidade que alguns produtos apresentam de saciar não
somente o corpo mas o “espírito”. Por isso são chamados
alimentos-droga. Tais alimentos podem possuir efeitos psicoativo,
como os álcoois, ou ainda excitantes como a cafeína. O autor cita
ainda os efeitos sedativos do ópio e os alucinóginos de certos
cactos e cogumelos. Todos foram considerados alimentos sagrados e
divinizados em certas religiões. Sendo mais difundidos os
fermentados alcoólicos de grãos ou de frutas, que na forma de
bebidas alcoólicas, são os principais alimentos-droga no mundo.
Carneiro
(2005) afirma que não somente os alimentos levam ao comportamento de
uso compulsivo, mas até mesmo o ato em si de comer pode tornar-se
bulimicamente viciante. Segundo o autor, o alimento é o principal e
maior paradigma da aquisição de autocontrole. Desde a infância,
com o aprendizado do choro para a obtenção da amamentação até a
introdução de horários, quantidades e qualidades dos alimentos.
Desse modo, os alimentos vão marcando a formação das regras desde
a infância.
O
CAFÉ
Cafeína
O
Café,
de acordo com Pimenta (2009), possui uma diversidade de substâncias, muitas
das quais são biologicamente ativas. Embora o efeito do seu consumo
se deva principalmente pela presença de cafeína, o café também é
uma fonte considerável de ácidos clorogênicos, um grupo importante
de fenólicos dietéticos. O
autor destaca também a atividade antioxidante dos compostos
fenólicos e a associação em diversos estudos entre o consumo do
café e o risco de doenças cardiovasculares e
sobre estudos que apontam para efeitos não desejáveis como
alterações nos níveis de colesterol, hipertensão, dentre outros,
sem que ainda se tenha atingido um senso comum em relação aos
efeitos do café sobre a saúde humana.
O
CHOCOLATE
Já
o chocolate
é um alimento extremamente antigo, com relatos de que foi idolatrado
até pelos povos astecas. Seus
efeitos de bem estar após o consumo envolvem uma série de
substâncias que esse alimento contém, como a feniletilamina e o
triptofano. Além disso, ocorre a liberação de endorfina, um
opióide produzido pelo próprio organismo que é relacionado ao bom
humor, sensação de bem estar/euforia e também a um efeito
analgésico. Já o triptofano é um aminoácido precursor da
serotonina, uma substância
que pode estar ligada ao aumento do apetite e da obesidade, e há
estudos que comprovam sua ligação com o humor através de uma ampla
distribuição desse neurotransmissor no sistema límbico, sendo
usado inclusive em alguns experimentos no tratamento de depressão
com o objetivo de aumentar a síntese de serotonina
(REIS,
2008).
FONTE:
http://neuromed88.blogspot.com.br/2008/10/qumica-do-chocolate.html
As
Bebidas Alcoólicas
Já
o álcool é considerado uma droga depressora, comprometendo partes
do cérebro responsáveis pela memória, aprendizagem motivação e
autocontrole. Como uma substância tóxica, ele deve ser eliminado
imediatamente, tendo prioridade no metabolismo, alterando outras vias
metabólicas, incluindo a oxidação lipídica, o que favorece o
estoque de gorduras no organismo (preferencialmente na área
abdominal). A mais
importante via de
metabolização do álcool é aquela que envolve a enzima álcool
desidrogenase (ADH), cuja função é oxidação do etanol em
acetaldeído (GABRIEL,
2009).
Fonte:
http://www.bioetanolfuel.com.br/index.php?pg=1
Referências
CARNEIRO,
Henrique S. Comida e Sociedade: Significados Sociais na História da
Alimentação. História: Questões & Debates, Curitiba,
n. 42, p. 71-80, 2005. Editora UFPR. Disponível em:
http://www.fecea.br/download/290_c48845d72c199598a8cf4139e5f8ab87.pdf
Acesso em: 02/10/2014.
GABRIEL,
Lorena de Paula et al. Efeitos
Metabólicos e Bioquímicos do Etanol do Organismo. 2009.
Disponível em:
http://artigosbiomedicina.blogspot.com.br/2009/11/efeitos-metabolicos-e-bioquimicos-do.html
Acesso em 04/11/2014.
PIMENTA,
Carlos José et al. Efeito
do
Consumo de
Café Sobre Parâmetros Bioquímicos de
Indivíduos Adultos.
VI Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil. Disponível em:
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/10820/3714/325.pdf?sequence=2
Acesso em 04/11/2014.
REIS,
Fábio. A
Química do Chocolate.
Outubro de 2008. Disponível em:
http://neuromed88.blogspot.com.br/2008/10/qumica-do-chocolate.html
Acesso
em 04/11/2014.
REZENDE,
Marcela Torres. A alimentação como objeto histórico complexo:
relações entre comidas e sociedades. Estudos
Históricos,
Rio de Janeiro, nº 33, janeiro-junho de 2004, p. 175·179.
Disponível em:
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/viewFile/2206/1345
Acesso em: 02/10/2014.
Café, chocolate e álcool são substâncias apreciadas por todas as pessoas do globo (eu mesmo sou viciado em café). Se constituem como alimentos droga principalmente por sua capacidade de exercer efeitos psicoativos nas pessoas, como induzir sensação de prazer ou a vontade de comer mais, por isso são viciantes. Entretanto é preciso maneirar nessas drogas. O excesso de café causa agitação, ansiedade, dor de cabeça, insônia, também causa a contração das veias e artérias o que dificulta a circulação sanguínea e acelera os batimentos cardíacos. O excesso de chocolate causa provocar inchaço, náusea, acnes e dores de cabeça. E o excesso de álcool deturpa os sentidos e pode indiretamente levar á morte (por exemplo, em acidentes de trânsito com motoristas alcoolizados).
ResponderExcluirA relação dos alimentos com a saúde, hoje mais que consolidada, aparece em praticamente em todas as culturas desde a antiguidade; não só pelo fato de a abundância ou escassez de alimentos serem decisivas para a sobrevivência humana, mas também pelo tipo de dieta e a explicação médica para a sua utilização ser muito reconhecida e valorizada. Os alimentos e suas propriedades são observados ao longo da história da humanidade; os alimentos-droga (que produzem algum efeito psicoativo), considerados capazes de alimentar não só o corpo, mas também o espírito, foram identificados por nossos antepassados, alguns exemplos são: o álcool, cogumelos alucinógenos. Os alimentos com efeito psicoativo foram considerados alimentos sagrados e divinizados por diversas religiões. substâncias psicoativas todas que atuem no cérebro, causando algum tipo de alteração em seu funcionamento e, por consequência, afetando comportamento, humor, equilíbrio, consciência, entre outras habilidades. Dentro desse grupo encontram-se medicamentos, o álcool, a cafeína, a nicotina (presente no cigarro), o tetra-hidrocanabinol (THC, encontrado na maconha), a psilocibina (em alguns tipos cogumelos), a dietilamida do ácido lisérgico (LSD), o ecstasy, a cocaína, entre outros.
ResponderExcluirFonte: http://www.gentequeeduca.org.br/planos-de-aula/como-drogas-e-outras-substancias-psicoativas-agem-em-nosso-corpo
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ResponderExcluirA relação dos alimentos-droga com a saúde se constitui como muito importante, pois muitos deles se relacionam diretamente com doenças, principalmente as crônicas, que tem acometido boa parte da sociedade, abrangendo todas as classes sociais. Vale acrescentar também que a junk food, muito presente na alimentação atual (principalmente entre crianças e jovens), também é um tipo de alimento droga, conforme uma pesquisa publicada na edição on-line da revista Nature Neuroscience: "(..)Conforme esses centros de prazer do cérebro se tornavam cada vez menos sensíveis, os ratos utilizados no experimento desenvolviam rapidamente o hábito de comer compulsivamente, consumindo quantidades maiores de alimentos com altos teores de calorias e gordura, até se tornarem obesos. De acordo com Kenny, o estudo, que levou três anos para ser concluído, confirma as propriedades “viciantes” da comida junk – alimentos não saudáveis com muitas calorias e muita gordura. As mesmas mudanças ocorreram nos cérebros dos ratos que consumiram grande quantidade de cocaína ou heroína. Os cientistas acreditam que esse mecanismo tem um papel importante no desenvolvimento do uso compulsivo de drogas.(...)". Logo, é reafirmada a importância da educação alimentar em prol de evitar o consumo de tais alimentos, e, consequentemente, de várias doenças associadas e eles.
ResponderExcluirFonte:http://www.antidrogas.com.br/mostraartigo.php?c=1757&msg=Alimentos%20cal%F3ricos%20e%20gordurosos%20causam%20depend%EAncia
Além dos alimentos nutritivos que são necessários para o bom funcionamento do organismo, existem também os alimentos-droga que trazem prazer, mas que podem ser prejudiciais ao organismo. O álcool, o café e o chocolate são exemplos de alimentos-droga, que prejudicam o funcionamento cerebral, cardiovascular e lipídica, respectivamente. A característica desses alimentos-droga é o vicio que geram. Uma nova pesquisa americana mostra que quem sofre de compulsão alimentar apresenta atividades semelhantes e nas mesmas regiões cerebrais que os dependentes do álcool e das drogas. A exposição a algumas “pistas” alimentares – no caso do estudo, fotografias de um milk shake de chocolate – ativaram o sistema cerebral de recompensas.Observou-se no estudo que atualmente um terço dos americanos adultos são obesos e as doenças relacionadas à obesidade são a segunda principal causa de morte evitável. Os pesquisadores também explicaram que serão necessárias pesquisas complementares para esclarecer os resultados, ressaltando, por exemplo, que a pesquisa não avaliou a fome (fato que poderia impactar nos resultados) e foi realizado apenas com mulheres. Apesar de algumas limitações, os pesquisadores puderam observar que os padrões nervosos específicos da ativação cerebral sugeriram a presença de vício em algumas participantes. Eles ficaram especialmente preocupados com a constatação de que meras imagens de alimentos pudessem dar início à corrida cerebral. O mais preocupante é a publicidade em torno desses alimentos, o que determina o aumento da obesidade e de doenças crônicas.
ResponderExcluirreferencia: http://saude.ig.com.br/minhasaude/comida+que+funciona+como+droga/n1596826880305.html
ExcluirA relação dos alimentos com a saúde, hoje mais que consolidada, aparece em praticamente em todas as culturas desde a antiguidade; não só pelo fato de a abundância ou escassez de alimentos serem decisivas para a sobrevivência humana, mas também pelo tipo de dieta e a explicação médica para a sua utilização ser muito reconhecida e valorizada. Os alimentos e suas propriedades são observados ao longo da história da humanidade; os alimentos-droga (que produzem algum efeito psicoativo), considerados capazes de alimentar não só o corpo, mas também o espírito, foram identificados por nossos antepassados, alguns exemplos são: o álcool, cogumelos alucinógenos. Os alimentos com efeito psicoativo foram considerados alimentos sagrados e divinizados por diversas religiões. Falando de alimentos e comportamentos alimentares, não só os alimentos-droga podem provocar comportamentos compulsivos. A alimentação em si é a primeira oportunidade de demonstração de autocontrole do ser humano, paradigma importante na aquisição do comportamento moral. Na infância chora-se para conseguir o alimento, dita-se os horários e a frequência da alimentação; mais adiante precisa-se encontrar o meio termo, a quantidade correta e necessária de alimentos.
ResponderExcluirReferência: http://www.rgnutri.com.br/sqv/curiosidades/alm.php
Está de longe errado o pensamento de que o alimento é apenas para a sobrevivência do indivíduo. A alimentação na verdade é uma das principais marcas de uma sociedade, e pode-se aprender muito sobre uma cultura a partir do conhecimento da sua culinária. E não apenas pelo seu valor nutricional e energético os alimentos são consumidos pelas suas ações no sistema nervoso, muitas vezes como estimulantes, sociabilizantes ou depressores, como bem apresentado no texto. O café já foi a base da economia do Brasil, e nos primórdios do seu consumo era utilizado apenas como sobremesa. No entanto, com o desenvolvimento da sociedade extremamente ativa e conturbada, o seu efeito estimulante, através da cafeína, hoje em dia é muito exaltado e, o consumo aumentou muito. Em relação ao chocolate, existem relatos de que o rei asteca Montezuma II bebia mais de 50 xícaras de chocolate todos os dias, por acreditar que a bebida daria força e longevidade. No entanto, a bebida não continha açúcar, um dos principais males do chocolate consumido atualmente. O álcool também é uma substância muito antiga. Desde o Egito antigo, e ainda em relatos dos povos hebreus sabe-se da prática da fermentação das frutas e cereais. O texto apresenta os prejuízos macroscópicos do consumo exagerado de álcool, mas também, microscopicamente, ocorre a proliferação do retículo endoplasmático liso nas células hepáticas, acarretando em uma maior resistência dessas células a compostos tóxicos além do álcool, como por exemplo anestesias. Dessa maneira, a quantidade de anestesia aplicada em um alcoólatra precisa ser maior que o normal, trazendo complicações para o procedimento.
ResponderExcluirFontes: http://stravaganzastravaganza.blogspot.com.br/2012/08/chocolate-paixao-de-montezuma-ii.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ret%C3%ADculo_endoplasm%C3%A1tico#Ret.C3.ADculo_endoplasm.C3.A1tico_e_a_toler.C3.A2ncia_ao_.C3.A1lcool