sábado, 6 de dezembro de 2014

Os 10 Passos para uma Alimentação Saudável

Caros leitores, estamos concluindo as atividades do Blog com a nossa décima postagem. Ao longo dessas semanas abordamos as relações entre as classes sociais e a alimentação através de diversas temáticas, iniciando com a história da alimentação, as suas relações com a fome, a desnutrição e as carências de micronutrientes. Discutimos também a questão da obesidade e o fenômeno fast-food, a presença dos alimentos-droga ao longo da história e a relação entre a alimentação e estética através das dietas na atualidade. Percebemos a tendência atual para a busca de uma alimentação saudável, assim como de alimentos funcionais, e refletimos sobre o custo-benefício dessa opção, como a melhoria da saúde e da qualidade de vida da população.
Nessa perspectiva de saúde, encerramos o blog trazendo os dez passos para uma alimentação saudável, publicado recentemente na 2ª edição do Guia Alimentar para a População Brasileira, como forma de incentivar os leitores a continuarem na busca por hábitos de vida e de alimentação saudáveis.




1) FAZER DE ALIMENTOS IN NATURA OU MINIMAMENTE PROCESSADOS A BASE DA ALIMENTAÇÃO
Em grande variedade e predominantemente de origem vegetal, alimentos in natura ou minimamente processados são a base ideal para uma alimentação nutricionalmente balanceada, saborosa, culturalmente apropriada e promotora de um sistema alimentar socialmente e ambientalmente sustentável. Variedade significa alimentos de todos os tipos – grãos, raízes, tubérculos, farinhas, legumes, verduras, frutas, castanhas, leite, ovos e carnes – e variedade dentro de cada tipo – feijão, arroz, milho, batata, mandioca, tomate, abóbora, laranja, banana, frango, peixes etc.

2) UTILIZAR ÓLEOS, GORDURAS, SAL E AÇÚCAR EM PEQUENAS QUANTIDADES AO TEMPERAR E COZINHAR ALIMENTOS E CRIAR PREPARAÇÕES CULINÁRIAS
Utilizados com moderação em preparações culinárias com base em alimentos in natura ou minimamente processados, óleos, gorduras, sal e açúcar contribuem para diversificar e tornar mais saborosa a alimentação sem torná-la nutricionalmente desbalanceada.

3) LIMITAR O CONSUMO DE ALIMENTOS PROCESSADOS
Os ingredientes e métodos usados na fabricação de alimentos processados – como conservas de legumes, compota de frutas, pães e queijos – alteram de modo desfavorável a composição nutricional dos alimentos dos quais derivam. Em pequenas quantidades, podem ser consumidos como ingredientes de preparações culinárias ou parte de refeições baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados.

4) EVITAR O CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS
Devido a seus ingredientes, alimentos ultraprocessados – como biscoitos recheados, “salgadinhos de pacote”, refrigerantes e “macarrão instantâneo” – são nutricionalmente desbalanceados. Por conta de sua formulação e apresentação, tendem a ser consumidos em excesso e a substituir alimentos in natura ou minimamente processados. Suas formas de produção, distribuição, comercialização e consumo afetam de modo desfavorável a cultura, a vida social e o meio ambiente.

5) COMER COM REGULARIDADE E ATENÇÃO, EM AMBIENTES APROPRIADOS E, SEMPRE QUE POSSÍVEL, COM COMPANHIA
Procure fazer suas refeições em horários semelhantes todos os dias e evite “beliscar” nos intervalos entre as refeições. Coma sempre devagar e desfrute o que está comendo, sem se envolver em outra atividade. Procure comer em locais limpos, confortáveis e tranquilos e onde não haja estímulos para o consumo de quantidades ilimitadas de alimento. Sempre que possível, coma em companhia, com familiares, amigos ou colegas de trabalho ou escola. A companhia nas refeições favorece o comer com regularidade e atenção, combina com ambientes apropriados e amplia o desfrute da alimentação. Compartilhe também as atividades domésticas que antecedem ou sucedem o consumo das refeições.

6) FAZER COMPRAS EM LOCAIS QUE OFERTEM VARIEDADES DE ALIMENTOS IN NATURA OU MINIMAMENTE PROCESSADOS
Procure fazer compras de alimentos em mercados, feiras livres e feiras de produtores e outros locais que comercializam variedades de alimentos in natura ou minimamente processados. Prefira legumes, verduras e frutas da estação e cultivados localmente. Sempre que possível, adquira alimentos orgânicos e de base agroecológica, de preferência diretamente dos produtores.

7) DESENVOLVER, EXERCITAR E PARTILHAR HABILIDADES CULINÁRIAS
Se você tem habilidades culinárias, procure desenvolvê-las e partilhá-las, principalmente com crianças e jovens, sem distinção de gênero. Se você não tem habilidades culinárias – e isso vale para homens e mulheres –, procure adquiri-las. Para isso, converse com as pessoas que sabem cozinhar, peça receitas a familiares, amigos e colegas, leia livros, consulte a internet, eventualmente faça cursos e... comece a cozinhar!

8) PLANEJAR O USO DO TEMPO PARA DAR À ALIMENTAÇÃO O ESPAÇO QUE ELA MERECE
Planeje as compras de alimentos, organize a despensa doméstica e defina com antecedência o cardápio da semana. Divida com os membros de sua família a responsabilidade por todas as atividades domésticas relacionadas ao preparo de refeições. Faça da preparação de refeições e do ato de comer momentos privilegiados de convivência e prazer. Reavalie como você tem usado o seu tempo e identifique quais atividades poderiam ceder espaço para a alimentação.

9) DAR PREFERÊNCIA, QUANDO FORA DE CASA, A LOCAIS QUE SERVEM REFEIÇÕES FEITAS NA HORA
No dia a dia, procure locais que servem refeições feitas na hora e a preço justo. Restaurantes de “comida a quilo” podem ser boas opções, assim como refeitórios que servem “comida caseira” em escolas ou no local de trabalho. Evite redes de fast-food.

10) SER CRÍTICO QUANTO A INFORMAÇÕES, ORIENTAÇÕES E MENSAGENS SOBRE ALIMENTAÇÃO VEICULADAS EM PROPAGANDAS COMERCIAIS
Lembre-se de que a função essencial da publicidade é aumentar a venda de produtos, e não informar ou, menos ainda, educar as pessoas. Avalie com crítica o que você lê, vê e ouve sobre alimentação em propagandas comerciais e estimule outras pessoas, particularmente crianças e jovens, a fazerem o mesmo.


Referência
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia Alimentar para a População Brasileira. 2 ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira.pdf Acesso em: 09/11/2014.

Fonte da Imagem: http://www.finaforma.com.br/belezaesaude/wp-content/uploads/2012/10/alimentacao-saudavel-no-verao-fina-forma-salada.jpg

domingo, 30 de novembro de 2014

A Alimentação dos Brasileiros

Nesta postagem, discutiremos sobre a alimentação dos brasileiros com base em uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre maio de 2008 e maio de 2009, por meio da qual foram descritas as características da alimentação brasileira com base em análises da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF).
A POF 2008-2009 estudou com detalhes a alimentação de uma amostra de mais de 30 mil brasileiros com dez ou mais anos de idade e representativa de todas as regiões do País, de suas áreas urbanas e rurais e dos vários estratos socioeconômicos da população. Para o estudo, foram registrados cuidadosamente todos os alimentos que esses brasileiros consumiram durante dois dias da semana, em casa ou fora de casa.
Embora pesquisas anteriores do IBGE indicassem forte tendência de elevação do consumo de alimentos ultraprocessados, a POF 2008-2009 mostrou que alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias feitas com esses alimentos ainda correspondem a quase dois terços da alimentação dos brasileiros.
Arroz e feijão equivalem a quase um quarto da alimentação. Em seguida, aparecem carnes de gado ou de porco (carnes vermelhas), carne de frango, leite, raízes e tubérculos (em especial, mandioca e batata), frutas, peixes, legumes e verduras e ovos.
Dentre os alimentos processados ou ultraprocessados, os considerados mais calóricos são pães e sanduíches, bolos industriais, biscoitos doces e guloseimas em geral, refrigerantes, “salgadinhos de pacote”, bebidas lácteas, salsichas e outros embutidos e queijos.
Análises da pesquisa citada mostram que os alimentos in natura ou minimamente processados e suas preparações culinárias apresentam composição nutricional muito superior à do conjunto de alimentos processados ou ultraprocessados. A vantagem dos alimentos in natura ou minimamente processados é ainda mais evidente com relação a nutrientes cujo teor na alimentação brasileira, segundo critérios da Organização Mundial da Saúde, é considerado insuficiente, como no caso de fibras e alguns minerais e vitaminas, ou excessivo, como no caso do açúcar ou de gorduras não saudáveis (gorduras saturadas e gorduras trans).
A POF 2008-2009 mostrou também que um quinto da população brasileira (ou cerca de 40 milhões de pessoas, considerando todas as idades) ainda baseia sua alimentação largamente em alimentos in natura ou minimamente processados. Tais alimentos e suas preparações culinárias chegam a um valor de 85% ou mais do total das calorias que consomem no dia. Analisando a mesma pesquisa percebe-se que a alimentação desses brasileiros se aproxima das recomendações internacionais da Organização Mundial da Saúde para o consumo de proteína, de gorduras (vários tipos), de açúcar e de fibras e que o seu teor em vitaminas e minerais é, na maioria dos casos, bastante superior ao teor médio observado no Brasil.
Apoiado nesses resultados, percebemos que com apenas algumas poucas mudanças no consumo desses brasileiros que baseiam sua alimentação em alimentos in natura ou minimamente processados, como o aumento na ingestão de legumes e verduras e a redução no consumo de carnes vermelhas, poderíamos tornar o perfil nutricional de sua alimentação praticamente ideal.

Referência
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia Alimentar para a População Brasileira. 2 ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira.pdf Acesso em: 09/11/2014.

Fonte da Imagem: http://papodoce.com/wp-content/uploads/2013/10/foto-3.png

sábado, 22 de novembro de 2014

Os Alimentos Funcionais

        

          Atualmente temos observado uma crescente preocupação da população com a alimentação. A percepção da ligação entre os hábitos alimentares e o estado de saúde da população tem favorecido a mudança de estilo de vida e a busca por alimentos considerados saudáveis.
          Os Alimentos Funcionais são a nova tendência do mercado alimentício nesse sentido. São alimentos que prometem ajudar na cura ou na prevenção de agravos, como as doenças cardiovasculares, certos tipos de câncer, alergias, problemas intestinais, etc. Tais produtos são comercializados na forma de iogurtes, margarinas, leites fermentados, cereais, águas minerais, etc.¹
          Assim, são alimentos ou ingredientes, que além de suas funções nutricionais básicas, produzem efeitos benéficos à saúde dos consumidores. Mas para isso, é necessário que haja um consumo regular destes alimentos  afim de que sejam alcançados os seus benefícios. É indicado no entanto, um maior consumo de vegetais, frutas e cereais integrais, já que a maior parte dos componentes ativos estudados se encontra nesses alimentos. É relevante também substituir parte do consumo de carne de vaca, embutidos e outros produtos a base de carne vermelha por soja e derivados ou por peixes ricos em ômega 3.²
          Entre os fatores que explicam o sucesso dos alimentos funcionais estão  a preocupação crescente da população com a saúde e o bem-estar, as mudanças na regulamentação dos alimentos e a crescente comprovação científica das relações existentes entre dieta e saúde.¹
           Abaixo  segue um quadro com os principais compostos funcionais investigados pela ciência.²
         
Composto
Ação
Alimentos onde é encontrado
Isoflavonas Ação estrogênica (reduz sintomas da menopausa) e anti-câncer Soja e derivados
Proteínas de soja Redução dos níveis de colesterol Soja e derivados
Ácidos graxos ômega-3 Redução do LDL - colesterol; ação antiinflamatória; é indispensável para o desenvolvimento do cérebro e da retina de recém nascidos Peixes marinhos como sardinha, salmão, atum, anchova, arenque, etc
Ácido a - linolênico Estimula o sistema imunológico e tem ação antiinflamatória Óleos de linhaça, colza, soja; nozes e amêndoas
Catequinas Reduzem a incidência de certos tipos de câncer, reduzem o colesterol e estimulam o sistema imunológico Chá verde, cerejas, amoras, framboesas, mirtilo, uva roxa, vinho tinto
Licopeno Antioxidante, reduz níveis de colesterol e o risco de certos tipos de câncer, como de próstata Tomate e derivados, goiaba vermelha, pimentão vermelho, melancia
Luteína e Zeaxantina Antioxidantes; protegem contra degeneração macular Folhas verdes (luteína). Pequi e milho (zeaxantina)
Indóis e Isotiocianatos Indutores de enzimas protetoras contra o câncer, principalmente de mama Couve flor, repolho, brócolis, couve de bruxelas, rabanete, mostarda
Flavonóides Atividade anti-câncer, vasodilatadora, antiinflamatória e antioxidante Soja, frutas cítricas, tomate, pimentão, alcachofra, cereja
Fibras solúveis e insolúveis Reduz risco de câncer de cólon, melhora o funcionamento intestinal. As solúveis podem ajudar no controle da glicemia e no tratamento da obesidade, pois dão maior saciedade. Cereais integrais como aveia, centeio, cevada, farelo de trigo, etc; leguminosas como soja, feijão, ervilha, etc.; hortaliças com talos e frutas com casca
Prebióticos - frutooligossacarídeos, inulina Ativam a microflora intestinal, favorecendo o bom funcionamento do intestino Extraídos de vegetais como raiz de chicória e batata yacon
Sulfetos alílicos (alilsulfetos) Reduzem colesterol, pressão sanguínea, melhoram o sistema imunológico e reduzem risco de câncer gástrico Alho e cebola
Lignanas Inibição de tumores hormônio-dependentes Linhaça, noz moscada
Tanino Antioxidante, anti-séptico, vaso-constritor Maçã, sorgo, manjericão, manjerona, sálvia, uva, caju, soja
Estanóis e esteróis vegetais Reduzem risco de doenças cardiovasculares Extraídos de óleos vegetais como soja e de madeiras
Probióticos - Bífidobacterias e Lactobacilos Favorecem as funções gastrointestinais, reduzindo o risco de constipação e câncer de cólon Leites fermentados, Iogurtes e outros produtos lácteos fermentados

FONTE: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/220_alimentos_funcionais.html

          É importante frisar que o consumidor deve estar atento se o alimento que está comprando, no caso dos processados pela indústria, teve a sua eficácia avaliada por pesquisas confiáveis. Por fim, é preciso ainda que os consumidores entendam que tais alimentos sozinhos não conseguirão atingir os resultados esperados, e que eles somente funcionam juntamente a uma dieta equilibrada e balanceada.²



Referências Bibliográficas

1 RAUD, Cécile. Os Alimentos Funcionais: A Nova Fronteira da Indústria Alimentar Análise das Estratégias da Danone e da Nestlé no Mercado Brasileiro de Iogurtes. Rev. Sociol. Polít. Curitiba, v.16, n.31, p.85-100, nov, 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsocp/v16n31/v16n31a08.pdf Acesso em: 22/11/2014.

2 Alimentos Funcionais. Dicas em Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Dezembro de 2009. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/220_alimentos_funcionais.html Acesso em: 22/11/2014.

Fonte da Imagem: http://doutissima.com.br/content/uploads/2014/04/alimentos-funcionais_1.jpg

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

As Dietas na Atualidade: Alimentação e Estética

Nessa postagem abordaremos um pouco sobre a diversidade de dietas seguidas na atualidade. Indivíduos de diversas classes sociais, na busca de chegar ao peso considerado “ideal”, buscam auxílio em diversos tipos de “dietas da moda” para alcançar esse objetivo. O fato é que nem todas essas dietas podem ser consideradas saudáveis, podendo causar carências de vitaminas e nutrientes levando a problemas de saúde.
O artigo de Pacheco et al (2009) realizou uma análise de dietas propostas por 30 revistas não científicas destinadas ao público feminino nos meses de maio a junho de 2008. Foram analisados os valores de carboidratos, lipídios, fibras, proteínas e micronutrientes de acordo com os valores considerados ideais com base em diretrizes e protocolos.¹
Observou-se que 46,70% das dietas analisadas apresentavam valores calóricos inferiores a 1200Kcal/dia e 53,30% iguais ou superiores a este valor. Quanto às proteínas, 93% foram consideradas hiperprotéicas e sobre os carboidratos, 53% estavam adequadas. 50% apresentaram-se hipolipídicas, porém 77% apresentaram valores adequados para o colesterol. Sobre as fibras, 97% das dietas estava inadequadas. E nas análises do cálcio, ferro, vitamina C e sódio, foram consideradas inadequadas 90%, 47%, 20% e 97%, respectivamente.¹
14 das dietas analisadas estavam com valores calóricos inferiores a 1200Kcal/dia, sendo insuficientes para atender as necessidades mínimas, principalmente de certos micronutrientes. O artigo afirma que a dieta deve ser sempre individual e programada para uma perda de 500 a 1000Kcal/dia, reduzindo o peso em 2 a 4kg por mês, no caso de pacientes obesos. Dietas em curtos períodos são insuficientes para uma perda de peso saudável, podendo provocar riscos à saúde. E dietas muito restritivas podem levar a perda de peso mais pela perda de água e eletrólitos do que por perda de tecido adiposo.¹
Sobre os nutrientes, o estudo cita que o arroz e o feijão fornecem aminoácidos que se complementam, como lisina, treonina, metionina e triptofano. E alguns peptídeos liberados durante a digestão no estômago podem melhorar a absorção do ferro não heme. Os carboidratos são os principais forncedores de energia para o organismo, e o consumo de carboidratos complexos possui efeito benéfico na redução de peso. As dietas hipolipídicas são preocupantes pois podem prejudicar a absorção das vitaminas lipossolúveis. O consumo de alimentos ricos em fibras está associado a uma redução de doenças cardiovasculares, atuando na redução dos níveis glicêmicos e lipídicos. Já os minerais são elementos inorgânicos que possuem importantes funções metabólicas no organismo (ativação, controle, transporte e regulação). Como exemplos, o cálcio é importante na formação óssea; o ferro no transporte de oxigênio; e por fim, o sódio age na regulação do volume plasmático, condução de impulsos elétricos e na contração muscular.¹
A nutrição é um fator de grande importância para a vida da população, e bons hábitos alimentares com quantidades ideais dos alimentos podem significar corpo e mente saudáveis. Desse modo, a dieta atua como aliada também para a prevenção e controle de várias doenças. Atualmente, observa-se uma preocupação incessante com a saúde da população, com a veiculação de reportagens pela mídia, enfatizando a saúde, sem desconsiderar a beleza do corpo.¹
A disponibilidade das chamadas “dietas da moda” em revistas não científicas visando à perda de peso rápida é cada vez maior, e a aceitação da população a elas é preocupante. Mas é importante frisar que estas dietas tornam-se falíveis, pois não consideram o cotidiano das pessoas e seus hábitos alimentares individuais. Tais revistas são escritas para mulheres de várias classes sociais, independente de suas individualidades, e enfatizam de forma insistente a importância dos cuidados com o corpo e a busca pela saúde, relacionando a saúde e a estética, podendo, dessa forma, contribuir elevando a incidência de transtornos alimentares.¹
O estudo conclui afirmando que para a construção de um plano alimentar saudável, deve ser considerado o suprimento das necessidades de cada nutriente. A ingestão de energia e nutrientes deve atender as necessidades fisiológicas considerando as necessidades nutricionais individuais dos sujeitos, observando especialmente os grupos vulneráveis, como gestantes, nutrizes, crianças e adolescentes.


Referências
PACHECO, C. Q. et al. Análise Nutricional de Dietas Publicadas em Revistas Não Científicas Destinadas ao Público Feminino. NUTRIR GERAIS - Revista Digital de Nutrição. v.3, n.4, p.346-361. Ipatinga, Fev/Jul, 2009. Disponível em: http://www.unilestemg.br/nutrirgerais/downloads/artigos/4_edicao/Artigo_ANALISE_NUTRICIONAL_DE_DIETAS.pdf  Acesso em: 17/10/2014.

domingo, 9 de novembro de 2014

A Obesidade e o Fenômeno Fast-Food

Nesse post iremos abordar o aumento da obesidade entre as classes sociais na atualidade e sua relação com o fenômeno das comidas fast food. O ritmo de vida das sociedades modernas têm levado a população a recorrer a alimentações mais rápidas para ganhar tempo entre as diversas atividades do dia-a-dia. Dessa forma as comidas prontas, os enlatados e os fast-food foram tomando espaço na vida das mais diferentes classes sociais.
Simultaneamente à uma intensa redução dos casos de desnutrição o Brasil vem enfrentando um aumento expressivo do sobrepeso e da obesidade em todas as faixas etárias e consequentemente as doenças crônicas são as principais causas de morte entre os adultos. O excesso de peso atinge um a cada dois adultos e uma a cada três crianças no Brasil, números alarmantes que o caracterizam como um problema de saúde publica.¹
A obesidade destaca-se por ser simultaneamente uma doença e um fator de risco para outras doenças como a hipertensão e o diabetes, agravos com taxas semelhantes de elevação no país. O modo de viver da sociedade moderna aliado ao sedentarismo tem determinado um padrão alimentar que, em geral, não é favorável à saúde da população, colocando a obesidade como um dos grandes desafios do contexto atual da saúde.²
A prevenção e o diagnóstico precoce da obesidade são relevantes aspectos para a promoção da saúde e redução da morbimortalidade, não somente pelo risco de promover o aparecimento de outras doenças, mas também por provocar prejuízos à qualidade de vida e expectativa de vida. Tal agravo ainda tem implicações diretas na aceitação social dos indivíduos, pelo fato de encontrarem-se excluídos da estética difundida pela sociedade contemporânea.²
http://asboasnovas.com/arquivos/noticias/detalhe/obesidade_zero.jpg
No Brasil, segundo dados da última pesquisa de orçamentos familiares (POF 2008), cerca de 15% dos adultos apresentam obesidade e cerca de metade da população maior de 20 anos apresenta excesso de peso. O que mais chama a atenção nessa epidemia é a velocidade com que ela aumentou nas últimas décadas. Em 1975 (IBGE, 1976) a obesidade estava presente em 2,8% dos homens e 7,8% das mulheres; já em 2003, (IBGE, 2010) a prevalência entre homens era de 8,8% e de 12,7% em mulheres. Em 2009, a prevalência de obesidade era de 12,5% entre homens e de 16,9% entre as mulheres. O excesso de peso, que compreende o sobrepeso e a obesidade, atualmente acomete 50,1% dos homens e 48% das mulheres (IBGE, 2010)”.²
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é um agravo de caráter multifatorial decorrente de um balanço energético positivo que favorece o acúmulo de gordura, associado a riscos para a saúde devido à sua relação com complicações metabólicas, como por exemplo a elevação da pressão arterial, dos níveis de colesterol e triglicerídeos sanguíneos e a resistência à insulina. Suas causas envolvem fatores biológicos, históricos, ecológicos, econômicos, sociais, culturais e políticos.²
O excesso de peso tem como principais determinantes o padrão alimentar e o gasto energético. O padrão atual identificado na população brasileira através de pesquisas nacionais evidenciam o fenômeno de transição nutricional da população, que se caracteriza pelo elevado percentual de consumo de alimentos ricos em açúcar, gorduras saturadas, gorduras trans, sal e pelo baixo consumo de carboidratos complexos e fibras.² As comidas do tipo fast-food são muito apreciadas na atualidade, mas os padrões nutricionais desses alimentos não são indicados para o consumo constante, pois são ricos em gorduras hidrogenadas, açúcar, sódio e calorias.³
A obesidade atualmente tem se caracterizado como um importante problema de saúde pública mundial, principalmente pelo fato de ser precursora de outras doenças, prejudicando ainda mais a qualidade e a expectativa de vida dos atingidos por ela. Desse modo, deve ser dada especial atenção ao cuidado desses usuários com enfoque principal na prevenção dos casos de risco através de incentivos a uma alimentação saudável e a realização de atividades físicas regulares.

Referências
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia Alimentar para a População Brasileira. 2 ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira.pdf Acesso em: 09/11/2014.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: obesidade. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_38.pdf Acesso em 08/11/2014.
3. PACIEVITCH, Thaís. Fast-Food. InfoEscola Navegando e Aprendendo. Disponível em: http://www.infoescola.com/curiosidades/fast-food/ Acesso em: 09/11/2014.

Fonte da Imagem: http://asboasnovas.com/arquivos/noticias/detalhe/obesidade_zero.jpg

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Os Alimentos-Droga

Nesse post iremos discutir um pouco sobre os alimentos-droga e seu crescente consumo entre todas as classes sociais.
Segundo Rezende (2004), alguns alimentos tiveram participação importante na construção da modernidade, são os chamados alimentos-droga. Certos tipos como o açúcar e o chocolate, como exemplo, possuem significado cultural e econômico, tendo se integrado em um sistema de comércio intercontinental que gerou grande parte do capital líquido da era pré-industrial. Outros alimentos como o café, chás e o álcool também são considerados tipos desses alimentos.
Segundo Carneiro (2005), um outro significado cultural fundamental do alimento é a capacidade que alguns produtos apresentam de saciar não somente o corpo mas o “espírito”. Por isso são chamados alimentos-droga. Tais alimentos podem possuir efeitos psicoativo, como os álcoois, ou ainda excitantes como a cafeína. O autor cita ainda os efeitos sedativos do ópio e os alucinóginos de certos cactos e cogumelos. Todos foram considerados alimentos sagrados e divinizados em certas religiões. Sendo mais difundidos os fermentados alcoólicos de grãos ou de frutas, que na forma de bebidas alcoólicas, são os principais alimentos-droga no mundo.
Carneiro (2005) afirma que não somente os alimentos levam ao comportamento de uso compulsivo, mas até mesmo o ato em si de comer pode tornar-se bulimicamente viciante. Segundo o autor, o alimento é o principal e maior paradigma da aquisição de autocontrole. Desde a infância, com o aprendizado do choro para a obtenção da amamentação até a introdução de horários, quantidades e qualidades dos alimentos. Desse modo, os alimentos vão marcando a formação das regras desde a infância.
O CAFÉ


Cafeína

O Café, de acordo com Pimenta (2009), possui uma diversidade de substâncias, muitas das quais são biologicamente ativas. Embora o efeito do seu consumo se deva principalmente pela presença de cafeína, o café também é uma fonte considerável de ácidos clorogênicos, um grupo importante de fenólicos dietéticos. O autor destaca também a atividade antioxidante dos compostos fenólicos e a associação em diversos estudos entre o consumo do café e o risco de doenças cardiovasculares e sobre estudos que apontam para efeitos não desejáveis como alterações nos níveis de colesterol, hipertensão, dentre outros, sem que ainda se tenha atingido um senso comum em relação aos efeitos do café sobre a saúde humana.
O CHOCOLATE
Já o chocolate é um alimento extremamente antigo, com relatos de que foi idolatrado até pelos povos astecas. Seus efeitos de bem estar após o consumo envolvem uma série de substâncias que esse alimento contém, como a feniletilamina e o triptofano. Além disso, ocorre a liberação de endorfina, um opióide produzido pelo próprio organismo que é relacionado ao bom humor, sensação de bem estar/euforia e também a um efeito analgésico. Já o triptofano é um aminoácido precursor da serotonina, uma substância que pode estar ligada ao aumento do apetite e da obesidade, e há estudos que comprovam sua ligação com o humor através de uma ampla distribuição desse neurotransmissor no sistema límbico, sendo usado inclusive em alguns experimentos no tratamento de depressão com o objetivo de aumentar a síntese de serotonina (REIS, 2008).










FONTE: http://neuromed88.blogspot.com.br/2008/10/qumica-do-chocolate.html
As Bebidas Alcoólicas
Já o álcool é considerado uma droga depressora, comprometendo partes do cérebro responsáveis pela memória, aprendizagem motivação e autocontrole. Como uma substância tóxica, ele deve ser eliminado imediatamente, tendo prioridade no metabolismo, alterando outras vias metabólicas, incluindo a oxidação lipídica, o que favorece o estoque de gorduras no organismo (preferencialmente na área abdominal). A mais importante via de metabolização do álcool é aquela que envolve a enzima álcool desidrogenase (ADH), cuja função é oxidação do etanol em acetaldeído (GABRIEL, 2009).







Fonte: http://www.bioetanolfuel.com.br/index.php?pg=1


Referências
CARNEIRO, Henrique S. Comida e Sociedade: Significados Sociais na História da Alimentação. História: Questões & Debates, Curitiba, n. 42, p. 71-80, 2005. Editora UFPR. Disponível em: http://www.fecea.br/download/290_c48845d72c199598a8cf4139e5f8ab87.pdf Acesso em: 02/10/2014.
GABRIEL, Lorena de Paula et al. Efeitos Metabólicos e Bioquímicos do Etanol do Organismo. 2009. Disponível em: http://artigosbiomedicina.blogspot.com.br/2009/11/efeitos-metabolicos-e-bioquimicos-do.html Acesso em 04/11/2014.
PIMENTA, Carlos José et al. Efeito do Consumo de Café Sobre Parâmetros Bioquímicos de Indivíduos Adultos. VI Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil. Disponível em: http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/10820/3714/325.pdf?sequence=2 Acesso em 04/11/2014.
REIS, Fábio. A Química do Chocolate. Outubro de 2008. Disponível em: http://neuromed88.blogspot.com.br/2008/10/qumica-do-chocolate.html Acesso em 04/11/2014.
REZENDE, Marcela Torres. A alimentação como objeto histórico complexo: relações entre comidas e sociedades. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, nº 33, janeiro-junho de 2004, p. 175·179. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/viewFile/2206/1345 Acesso em: 02/10/2014.